sexta-feira, 31 de agosto de 2007

"Promotor acusado de matar jovem é mantido no cargo"

Parentes de Diego Mondanez fazem ato em frente ao MP (Foto: Leonardo Soares/Diário de S.Paulo )
Thales Ferri Schoedl ganhou cargo vitalício e não pode mais ser demitido. Procurador-geral denunciou o promotor por homicídio qualificado (motivo fútil).



Decisão do Órgão Especial do Colégio de Procuradores do Ministério Público Estadual manteve no cargo o promotor Thales Ferri Schoedl, acusado da morte de um jovem em dezembro de 2004. A reunião aconteceu na tarde desta quarta-feira (29) na sede do MP, no Centro de São Paulo.
O advogado do promotor, Ovídio Rocha Barros Sandoval, informou que seu cliente "ficou muito emocionado com a decisão". "O que eu senti é que se fez justiça. Não se poderia em um processo administrativo avaliar questões criminais. Quanto à parte administrativa, não havia nada contra ele", afirmou o defensor. A decisão foi apertada, por 16 votos a 15. Schoedl é acusado de matar o jovem Diego Mendes Mondanez, então com 20 anos, e ferir Felipe Siqueira Cunha de Souza em dezembro de 2004 na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, a 92 km da Capital. Como promotor mantido no cargo com a recente decisão do MP, ele tem direito a foro privilegiado e será julgado criminalmente pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça. Se tivesse perdido o cargo, Schoedl iria a júri popular para ser julgado pelos crimes.

O Órgão Especial do MP discutiu na tarde desta quarta-feira o vitaliciamento (estabilidade no emprego) do acusado. Depois de prestar concurso público, os promotores passam por dois anos de estágio probatório (que serve para comprovar sua experiência). Após esse período, eles ganham o cargo vitalício e não podem mais ser demitidos. Schoedl é acusado de ter cometido o crime antes dos dois anos e ainda não havia conseguido o cargo definitivo.
O promotor havia sido exonerado pelo Órgão Especial em 30 de agosto de 2005. Ele recorreu ao TJ e conseguiu anular a decisão. O promotor foi reconduzido ao cargo sem o direito de exercer suas funções, mas recebendo salário de R$ 10,5 mil mensais, mantidos pela nova decisão do MP.
Crime
Em 30 de dezembro de 2004, o promotor saiu de uma festa na Riviera de São Lourenço acompanhado da namorada, Mariana Ozores Bartoletti, quando passou por quatro jovens, entre eles as duas vítimas. Segundo o promotor alegou na época, um dos jovens teria mexido com sua namorada.
Uma discussão começou e o promotor teria sacada uma pistola Taurus, calibre 380, e disparado contra o grupo. Atingidos, Diego morreu e Felipe ficou ferido. A defesa do promotor alega que ele disparou em legítima defesa, por se sentir acuado pelos jovens que o provocavam. O procurador geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, denunciou o promotor por homicídio qualificado (motivo fútil). Ele considerou que a provocação não seria motivo suficiente para que o promotor disparasse, e Schoedl não deveria estar armado
Problemática:

- Um promotor, assassino mantém privilégios em julgamento, apenas por ter esse cargo público. Privilégios e julgamento de forma desigual.
-Não pode ser demitido, pois o governo não demite em cargos vitalícios. Isso é um problema esse sistema de funcionalismo público.
-Não continua trabalhando e recebe um salário de 10 mil e quinhentos reais.
-Decisão do Órgão Especial do Colégio de Procuradores do Ministério Público que ele : “Não se poderia em um processo administrativo avaliar questões criminais. Quanto à parte administrativa, não havia nada contra ele" Então ele continua no cargo recebendo os 10 mil reais.
-Impunidade, está em liberdade e sem ser julgado.

Um comentário:

Karen delnia disse...

hj, vi uma reportagem dizendo que o promotor perdeu os cargos e td mais........ vamos ver até onde vai chegar esse caso! abraço, e bom trabalho.